30 dezembro 2008

"Just Shoot Me" (1997-2003) em revista

Nomeada para seis Emmys e sete Globos de Ouro, "Just Shoot Me" é uma daquelas séries fáceis de ver, divertidas e inteligentes que, no entanto, passou um pouco despercebida no panorama televisivo português. Eu descobri-a quando a SIC Mulher a apresentou à hora do jantar, sempre adequada a este tipo de séries.

Num ambiente profissional, a série de Steven Levitan (criador de "Back to You"/"Juntos de Novo", exibida recentemente pela Fox Life) conta com um excelente elenco. Do "Saturday Night Live", David Spade é responsável pelas principais gargalhadas, mas ao seu lado está o experiente George Segal, Laura San Giacomo (que participa actualmente em "Saving Grace", outra das séries do Fox Life), Wendie Malick (outra presença frequente em séries) e Enrico Colantoni (um dos membros da equipa de "Veronica Mars").

Ao longo de sete temporadas (apenas duas disponíveis em DVD), acompanhamos o dia-a-dia de uma revista de moda, onde Maya Gallo (Laura), a jornalista que se formou em Stanford, tenta em vão dar profundidade aos temas superficiais que atraem o público feminino. Há um romance entre Maya e Elliot DiMauro (Colantoni) que termina no hospital, com um ataque de ansiedade provocado pelo medo do compromisso. Já Dennis Finch (Spade) é uma espécie de menino no corpo de um "homem" que, numa noite, quase cai nas garras de Nina Van Horn (Wendie), uma ex-top model especializada em one night stands e divórcios. Quem também tem a sua quota parte de romances mal-sucedidos é Jack Gallo (Segal), o dono da revista e o pai de Maya. Empresário de sucesso que sofre de um fascínio incurável por gadgets, é a cola que os mantém a todos juntos...

28 dezembro 2008

Suck on "True Blood" (2008)

http://www.outracoisa.com.br/wp-content/uploads/2008/07/trueblood-poster-outracoisa.jpg



True Blood.
Longe dos tempos áureos de Sete Palmos de Terra, o imaginativo e obcecado por um grotesco estranhamente apelativo, Alan Ball, criou mais uma série de televisão original, mas que não chega aos calcanhares do anterior sucesso de culto. True Blood é inspirado numa série de contos de Charlaine Harris, cuja protagonista é a personagem Sookie Stackhouse (com um nome bem sulista).
Pegando na ideia base de uma jovem de uma pequena vila do típico sul interior norte-americano (o Louisiana) com um poder especial de 'ouvir' o pensamento dos outros, Alan Ball criou todo um universo vampírico hill-Billy/saloio que, primeiro custa a engolir, mas depois cativa até ao final.
Este é um mundo em transformação, onde uma série de assassinatos coincide com o 'sair do armário' dos vampiros, que se afirmaram na sociedade (com direito a voz política e tudo) há míseros dois anos. Sookie (interpretada pela atípica Anna Paquin) é a típica waitress (empregada de bar) de uma vila conservadora e em que todos se conhecem. Com poucos objectivos na vida, tudo muda quando conhece o vampiro Bill (Stephen Moyer).

Os primeiros episódios custam a 'engolir'. Trata-se de um universo quase ridículo, a roçar o cómico mas cheio de personagens fortes nesse registo perigoso. Está ali no limite - Ball gosta de arriscar -, mas passando os primeiros dois episódios, aquelas personagens começam a criar, por mais estranhas que possam ser, laços com o espectador. Ball tem esse talento, diga-se. Primeiro o de 'brincar' com temas algo grotescos e aberrantes mesmo (os créditos iniciais de True Blood mostram logo ao que se vai); depois o de nos colocar 'presos' a personagens que chegam a ser mentalmente desequilibradas e que vivem uma normalidade muito anormal. Isso já tinha ficado bem patente em Sete Palmos de Terra. Esta é uma versão com semelhanças, mas um pouco aquém da série de culto que me cativou durante cinco temporadas.

Vista a primeira temporada de True Blood (a segunda só chega no Verão de 2009!), os seus 12 episódios, é possível encontrar semelhanças até no estilo com o Sete Palmos. A presença de sangue constante e sem grandes pudores. Cadáveres, visões, alucinações e situações normais familiares e de amizado em cenários e contextos estranhos ainda são o prato do dia para Ball. Os episódios continuam a ter os 60 minutos (o que é raro para uma série nos dias de hoje!). Ainda assim são tudo menos monótonos. Há um ritmo cinematográfico repleto de suspense que cativa, muito graças às personagens e ao universo visual que ajuda a 'entrarmos' neste mundo tão improvável quanto bizarro.
À semelhança de séries como Heroes, há uma linearidade quase de novela, onde a acção não termina num episódio, mas cria expectativa para o episódio seguinte (inclusive o último episódio da temporada). Somos levados por estas 12 horas de True Blood como se de um só filme se tratasse.
O calor sulista faz as mulheres e homens da série andarem frequentemente com pouca roupa, trazendo uma vertente bastante sensual a True Blood (até na forma de filmar Sookie se nota isso). Não falta neste mundo saloio/vampírico a quota parte de tensão sexual em condições estranhas mas altamente cativantes.
No meio do universo vampírico, não falta o típico ultra-conservadorismo do interior norte-americano (que assola também a polícia), não só manifestado contra os vampiros, mas ainda contra os homossexuais, ou pessoas diferentes na generalidade (como Sookie, por ter a capacidade de ouvir os pensamentos dos outros). A série acaba por mostrar ainda os vampiros como seres mais organizados e respeitadores das suas regras do que os humanos, numa clara metáfora social, bem como uma classe política hipócrita com as suas próprias preferências. Há pano para mangas (e dentes para pescoços), nesta série estranhamente curiosa.

A ver.



--
A bebida dos vampiros que não querem beber o sangue dos humanos chama-se True Blood (tem que ser aquecida no microondas antes de ser servida) e tem direito a anúncios e tudo (segundo os vampiros da série não sabe, nem de perto nem de longe, tão bem quanto o sangue humanos):











Tagline: Thou Shall Not Crave Thy Neighbour

Vampiro Bill para Sookie:
"You think that it's not magic that keeps you alive? Just 'cause you understand the mechanics of how something works, doesn't make it any less of a miracle...which is just another word for magic. We're all kept alive by magic, Sookie. My magic's just a little different from yours, that's all."


Site da série
IMDb
Citações

08 novembro 2008

Recordar... "Rua Sésamo" (1989-1992)

A versão portuguesa de "Sesame Street", exibida pela RTP no início da década de 1990, marcou pelo menos a minha geração. Ainda hoje dou por mim a trocar ideias sobre sketches e personagens com amigos. Só para citar duas personagens e muitos sketches marcantes: Egas e Becas.


"Noite de trovoada"



"Peixe, peixe, peixe, peixe"


"O Jogo das Setas"

11 outubro 2008

Mulher ao poder

Mulheres poderosas, independentes e com um grupo de amigas como única coisa certa e estável. Aí está o tema em voga em algumas séries televisivas que partem da série Sexo e a Cidade e acrescentam o lesbianismo à equação. Está na moda as séries que juntam estes elementos. Aqui ficam dois exemplos:




04 setembro 2008

O spinoff de... "The L Word" (2004)

A sexta e última temporada de "The L Word" começa em Janeiro e já se fala num possível spinoff, protagonizado por Leisha Hailey (aka Alice) e escrito pela produtora Ilene Chaiken.

A notícia
Leisha Hailey to top 'L Word' spinoff
Ilene Chaiken to write, produce Showtime pilot
By DANIEL FRANKEL

Showtime is hoping to extend the life of its "L Word" franchise with a spinoff starring Leisha Hailey.

Thesp has signed on to shoot a pilot presentation for the pay cabler.

Ilene Chaiken, creator and exec producer of "The L Word," will write and produce the pilot. Shooting is skedded for December.

Since 2004, Hailey has played Alice on "The L Word," a series about a group of gay and straight women living in a trendy Los Angeles neighborhood. The sixth and final season of the Showtime-produced skein is slated to run in January.

in Variety.com - Home Ent.

A estreia de... "90210" (2008)

A spin-off de "Beverly Hills 90210" chegou aos ecrãs americanos na passada terça-feira, 2 de Setembro, e foi um relativo sucesso para a cadeia de televisão CW. No entanto, apesar de ter atraído 4,9 milhões de telespectadores, a nova série não convenceu a crítica.

Se "Beverly Hills 90210" foi inovadora e surpreendente no início dos anos 1990, aparentemente não se pode dizer o mesmo de "90210". Será que já vimos tudo o que havia para ver sobre o quotidiano teenager?

A crítica
90210

(Series -- The CW; Tuesdays, 8p.)

By
LAURA FRIES


More than just a famous zip code, “90210” is easily the CW’s most-hyped show of the fall season, and the struggling netlet is banking on all of the buzz to draw big ratings. This spinoff, eight years after the first series ended, is a pallid copy of the original fish-out-of-water story, only with shinier cars, fancier clothes and Botox aplenty.

Sticking absurdly close to the same formula as the original, down to the opening theme and the filming style, the new version lacks that same sense of wonder and awe that Beverly Hills decadence and excesses once held over viewers. Thanks to Paris Hilton and reality TV, not much of what happens at the fictional West Beverly Hills High School seems all that shocking. As it is, the show coasts by mainly on a wave of nostalgia and stunt casting.

The two-hour premiere, a combination of the first and second episodes, sets the stage for plenty of drama for Kansas natives Annie Wilson (Shenae Grimes) and her adopted brother Dixon (Tristan Wilds) as they navigate their way among the brazen bloggers and posh cliques of their new school. Making matters worse, their dad, Harry Wilson (Rob Estes) is the new principal.

in Variety.com - TV Show Reviews

A quinta temporada de... "Will & Grace" (1998-2006)

No final da quarta temporada, Will e Grace tinham decidido que (talvez) fosse altura de terem um filho. Por inseminação artificial, é claro. Algumas peripécias depois, entramos na quinta season e encontramos Grace a ser salva pelo seu cavaleiro andante, Leo (Harry Connick Jr.). Sim, esta é a temporada em que Grace se separa de Will e finalmente se casa! Com direito a cerimónia judaica e tudo, porque Leo, além de médico, é judeu, como Grace. Qual "match made in heaven"...

Quanto ao resto do elenco, é claro que a ideia de Will e Grace serem pais acaba por ser posta de lado, Will volta à procura activa do homem da sua vida (Dan Futterman será?), Karen apanha o marido Stan em flagrante com a amante (uma Minnie Driver igual a ela, mas mais nova) e Jack regressa ao showbusiness, para ser ele próprio um mestre e inspiração para outros actores (Emily Rutherfurd, a sua maior fã).

[Classificação] Rir é o melhor remédio e, aqui, as gargalhadas estão garantidas 7/10

A quinta temporada




Esta série está agora a ser exibida na SIC Mulher.

26 agosto 2008

A terceira temporada de... "The L Word" (2004)

Quando não se é hetero, é-se marginal? Parece que sim, depois de mais uma temporada da polémica e maníaco-depressiva "Letra L".

O elenco cresceu e conta agora com Max/Moira (Daniela Sea) no papel de um transexual que quer sentir-se bem no seu corpo e sobretudo ser aceite pelos outros. Porque a sociedade não olha com bons olhos duas meninas que se beijam em público...

O grupo de amigas "lésbicas" que nos habituamos a acompanhar continua a atravessar fases difíceis. Bette (Jennifer Beals) assiste ao crescente afastamento da sua companheira (Tina/Laurel Holloman), que mais tarde acaba por confessar sentir-se de novo atraída pelo sexo oposto. Já Dana (Erin Daniels) troca Alice (Leisha Hailey) por Lara (Lauren Lee Smith). E não é a única a dar uma "facadinha" na sua relação, já que Shane (Katherine Moenning) continua indomável, apesar da paixão caliente por Carmen (Sarah Shahi).

Quem parece que também veio para ficar é Helena Peabody (Rachel Shelley). Esta menina rica e mimada fica de mãos a abanar no final da temporada e parece que vai ter uma grande season pela frente! Aproveitem que já está a passar na Fox Life, às quintas à noite.

[Classificação] Mantenho a teoria da boa "telenovela", mas só um pouco. É que esta série tem a coragem de um verdadeiro drama, sem finais felizes no horizonte 7/10

A terceira temporada


Site oficial http://www.thelwordonline.com/
IMDb http://www.imdb.com/title/tt0330251


Actualmente em exibição no canal Fox Life às quintas-feiras (21h50).

A rentrée de... "Grey's Anatomy" (2005)


09 agosto 2008

O óbito de... Bernie Mac (1957-2008)

Vimo-lo no grande ecrã em papéis como Frank Catton na saga Ocean's Eleven, mas foi no pequeno ecrã, com a série "The Bernie Mac Show" (exibida pela também desaparecida SIC Comédia), que nos conquistou por completo.

Era o tio durão de três miúdos (uma adolescente, um rapaz e uma menina pequena), que falava com o público em tom de desabafo sobre o seu quotidiano atribulado. O papel valeu-lhe duas nomeações para os Emmys e, apesar de não ter sido distinguido com o prémio, revolucionou o conceito de sitcom familiar durante as cinco temporadas do seu programa (2001-2006).

Chegou tarde ao showbusiness e a sua carreira durou pouco mais de 15 anos. Aos 50, Bernie Mac fechou as portas à comédia e, hoje, temos menos um motivo para rir.

A notícia
Bernie Mac, Comic From TV and Film, Is Dead at 50
Published: August 9, 2008

Bernie Mac, a stand-up comic who played evil-tongued but lovable rogues in films like “Bad Santa” and “Mr. 3000” and combined menace and sentiment as a reluctant foster father on “The Bernie Mac Show” on Fox, died on Saturday in Chicago. He was 50 and lived near the city.

The cause was complications from pneumonia, his publicist, Danica Smith, said.

Mr. Mac, an angry stage presence with a line of scabrous insults, parlayed his success as a stand-up comedian onto the big screen in a string of comedies that usually cast him as wily con men like Pastor Clever in “Friday” (1995) and Gin, the store detective in “Bad Santa” (2003). He also excelled playing short-tempered misanthropes, notably in his starring role as Stan Ross, the nation’s most hated baseball player, in “Mr. 3000” (2004).

in The New York Times - Television